Clássicos do Choro: 8 Músicas Icônicas para Tocar no Violão
O choro é um dos estilos mais tradicionais da música brasileira e, ao mesmo tempo, um dos mais desafiadores para quem toca violão. Com mais de um século de história, o gênero conquistou músicos e ouvintes com sua riqueza melódica e complexidade rítmica. Nesta matéria, listamos oito chorinhos emblemáticos que você pode aprender e executar no violão, além de apresentar dicas técnicas que facilitarão seu desempenho.
Domine o dedilhado em “Carinhoso”
Composta por Pixinguinha no fim da década de 1930, “Carinhoso” é talvez o chorinho mais conhecido do Brasil. O segredo para tocar essa canção está no dedilhado, que começa sempre na corda mais grave e alterna entre cordas presas e soltas conforme os acordes. Ao dominar essa técnica, você consegue dar vida à melodia com fluidez e expressividade.
“Corta Jaca”: estilo pianístico no violão
Criada no século XIX por Chiquinha Gonzaga, “Corta Jaca” foi considerada revolucionária para a época. Como a composição original era para piano, a dica é simular o efeito no violão com um dedilhado progressivo: comece pela nota grave, passe pela intermediária, execute as mais agudas e retorne à intermediária. Repita o padrão a cada novo acorde.
“Lamentos”: técnica e elasticidade
Inicialmente instrumental, “Lamentos” ganhou letra com Vinícius de Moraes e é mais uma joia de Pixinguinha. Para tocá-la no violão, prepare-se para acordes com pestana e posições que exigem grande flexibilidade dos dedos, como o A7/C#. Alongamentos diários dos dedos da mão esquerda são essenciais para tocar com mais conforto e precisão.
“Espinha de Bacalhau”: ritmo marcado pelo polegar
Assinada por Severino Araújo, “Espinha de Bacalhau” é um clássico animado que exige controle rítmico. Use o polegar para marcar a nota mais grave do acorde e sustentar o ritmo, enquanto os demais dedos executam a melodia. Atenção especial deve ser dada ao acorde C6/9, que pode soar abafado se a mão não estiver bem posicionada.
“Cachorro Vira-Lata”: agilidade nas trocas de acordes
Com sucesso na voz de Carmem Miranda nos anos 1930, “Cachorro Vira-Lata” é um choro de andamento acelerado. Para tocá-lo bem, é fundamental memorizar a sequência de acordes e praticar as trocas até que se tornem naturais. Isso garantirá fluidez e precisão ao tocar.
“E o Mundo Não se Acabou”: dois tempos fortes por compasso
Outro sucesso eternizado por Carmem Miranda, essa música é muitas vezes confundida com samba. No entanto, sua estrutura segue os padrões do choro, com dois tempos fortes por compasso. A técnica aqui é tocar a nota mais grave com o polegar e, logo em seguida, as notas mais agudas com os outros dedos. Ao dominar essa dinâmica, você estará apto a tocar outras canções do gênero.
“Ingênuo”: suavidade e precisão
Pixinguinha e Benedito Lacerda compuseram “Ingênuo”, que só recebeu letra anos depois. O ritmo é calmo, mas exige atenção ao dedilhado. O polegar marca a nota grave, enquanto os outros dedos tocam duas vezes as cordas agudas. A execução precisa cria a atmosfera suave característica da obra.
“Brasileirinho”: energia e velocidade
Encerrando a lista está “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo, uma das músicas mais energéticas do repertório do choro. Com um ritmo acelerado e frases rápidas, ela desafia a coordenação e a resistência do violonista. Pratique devagar, focando na clareza de cada nota, antes de aumentar a velocidade gradualmente.