John Fogerty se inspira em Taylor Swift para relançar clássicos do Creedence Clearwater Revival

O lendário músico John Fogerty revelou recentemente que foi inspirado por Taylor Swift ao decidir regravar seus maiores sucessos para um novo álbum. O ex-líder da banda Creedence Clearwater Revival (CCR) contou que a luta da cantora por controle artístico sobre seu próprio trabalho o motivou a fazer o mesmo com as músicas que marcaram sua carreira.

Fogerty vai lançar no dia 22 de agosto o álbum Legacy: The Creedence Clearwater Revival Years, uma coletânea com 20 faixas icônicas regravadas em estúdio. Assim como Swift, que relançou seus discos após perder os direitos sobre as gravações originais, Fogerty quis adotar uma abordagem semelhante. Seu plano inicial era até batizar o projeto de Taylor’s Version, em homenagem à artista e ao movimento que ela iniciou no mundo da música.

“Queria muito chamar de Taylor’s Version. Fiz uma campanha intensa com a gravadora”, contou em entrevista à revista Rolling Stone. Apesar da recusa da gravadora, ele acabou escolhendo o título John’s Version, como forma de reconhecer a influência de Taylor Swift e, ao mesmo tempo, simbolizar a retomada de posse de seu legado artístico.

Fogerty afirmou que se identificou profundamente com a batalha de Swift contra o empresário musical Scooter Braun, que adquiriu os direitos sobre os álbuns originais da cantora. “Entendi o que ela estava passando. Senti muito por ela na época, porque o cara estava vendendo o trabalho dela para outra pessoa. Algo assim já aconteceu comigo também”, explicou.

O músico relembrou seus próprios conflitos com Saul Zaentz, ex-executivo da Fantasy Records, que teria controlado as gravações originais do Creedence por anos. “É muito parecido com o que o Zaentz fazia”, comentou Fogerty.

Essa batalha por direitos autorais vem desde os anos 1970, quando desentendimentos sobre royalties e controle criativo acabaram resultando em uma ruptura amarga com seu irmão e companheiro de banda, Tom Fogerty. Por décadas, John se recusou a tocar ao vivo os maiores sucessos do CCR, já que isso beneficiaria financeiramente o antigo detentor dos direitos.

No entanto, essa postura mudou em 2023, quando ele finalmente recuperou os direitos de publicação de suas composições. “Provavelmente não há nenhuma chance de eu conseguir algum dia a posse das gravações originais. Mas essa é a parte Taylor Swift da história”, declarou Fogerty, reconhecendo que o relançamento é a sua forma de reconquistar o que lhe pertence por direito.

Com esse novo álbum, o músico segue o exemplo de Taylor Swift, não apenas como um gesto simbólico, mas também como uma reafirmação de autonomia e respeito à própria trajetória artística.